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Os ensinamentos das Startups para a Gestão das Organizações

            As empresas Startup começaram a surgir na época que chamamos de “bolha da internet” entre 1996 e 2001 e ganharam grande notoriedade particularmente na última década. As Startups podem ser caracterizadas por serem jovens, inovadoras e criativas, com grande número de clientes, com lucros cada vez maiores sem um aumento significativo dos custos ou a necessidade de muitas customizações ou adaptações para cada cliente.

            A cultura das Startups tem trazido muitas lições para as empresas tradicionais em relação a forma de gerir o negócio. A Fundação Nacional da Qualidade, centro de excelência em gestão no Brasil, através de seu executivo Marcos Bardagi, define que a sociedade, a economia e o ambiente de negócios estão sendo remodelados pelas metodologias ágeis e pelas tecnologias digitais, e é urgente que as organizações se preparem para essa transformação através da adaptação da gestão. Em suas entrevistas e artigos, Bardagi declara que as empresas precisam aprender com a cultura das startups como forma de sobrevivência aos dias atuais.

            As Startups têm origem em negócios que já nasceram inseridos no mundo digital. Nesse contexto, as organizações mais antigas convivem com o enorme desafio de transitar entre diferentes épocas. Logo, demandam conhecimento e competências sobre como manter a capacidade de atender às necessidades e expectativas de seus clientes que não param de mudar. É possível imaginar que a gestão da maioria das empresas não privilegia a agilidade necessária para o entendimento da velocidade da mudança e a percepção que necessidades e desejos de seus clientes está mudando de forma acelerada. Repetir fórmulas e reviver o passado certamente não atendem a esse cenário de constante transformação. Estas são questões em que a cultura de gestão das startups pode auxiliar.

 

            Não se trata, entretanto, de destruir os alicerces que fizeram com que as organizações chegassem aos dias atuais, mas de buscar equilíbrio entre o modelo tradicional e a necessidade de inovar. A dosagem certa evita que o remédio se torne nocivo. Vejamos algumas lições importantes a seguir sugeridas pela Fundação Nacional da Qualidade:

  • Investir em inovação

           As lições para as empresas começam pela compreensão de que a tecnologia transformou os desejos e as expectativas dos seus clientes, fazendo com que mudem em ciclos cada vez menores e de forma acelerada. Assim, a gestão da Inovação, sendo plenamente entendida, é a uma ferramenta extremamente útil para dar agilidade para o oferecimento de novos serviços ou produtos (ou remodelados) que se adaptem as necessidades dos associados.

  • Aprimorar a cultura de negócios orientada para o cliente

            Ao entenderem a cultura das startups, as organizações podem sofrer uma mudança significativa de mentalidade na forma de como focar as necessidades dos clientes no cenário atual. Nesse sentido, a inovação com base nos feedbacks dos clientes é de vital importância pois ela considera a percepção positiva ou negativa como base para criar e aprimorar valores. O cerne de qualquer negócio é entregar o que as pessoas querem ou necessitam. Então, nada melhor do que considerar o que elas têm a dizer.

  • Adotar a cultura da experimentação

            Em um ambiente fértil de ideias, o sucesso chega mais fácil para quem consegue tirar os planos do papel e entregar com agilidade um valor efetivo para os clientes através de serviços novos ou remodelados. O modelo implica a renúncia de alguns conceitos tradicionais: planejar minuciosamente e, só com tudo finalizado nos mínimos detalhes, colocar a ideia em prática. As startups utilizam diversos processos que contribuem para um aprimoramento mais ágil de produtos e serviços como prototipação, MVP – Minimun Viable Product ou teste de campo.

  • Empregar métodos e processos ágeis

            Buscar agilidade de processos e metodologias, a fim de dar conta das constantes mudanças, que decorrem, principalmente, dos avanços tecnológicos. Nesse sentido, a quebra de certas hierarquias e o empoderamento das equipes para tomar decisões nas pontas são aspectos centrais. Isso porque os associados vivem num cenário acostumado à instantaneidade, de modo que a morosidade na solução de demandas é comumente vista com estranheza.

  • Potencializar os recursos humanos

            As startups enfatizam a formação da equipe, dispondo de uma boa parcela dos recursos para selecionar e reter talentos. Os gestores de startups fazem os profissionais se sentirem em casa, porque veem o acolhimento como essencial para o desempenho. É importante também ressaltar a criação de novas maneiras de organizar as equipes em pequenos times responsáveis pela melhoria de um aspecto específico do serviço entregue aos associados.

  • Como uma empresa pode aprender com a cultura das startups?

             Atualmente, as organizações em geral podem buscar diversos canais de comunicação com startups, como eventos, comunidades, consultorias, congressos, publicações, etc., o que permite entender as práticas desses modelos empresariais e fornece insights valiosos.  Ao olhar para fora de suas paredes, ela inicia um percurso que culmina na promoção de ambientes de discussão, na criação de desafios e na troca de experiências com os novos modelos de negócio. A partir de então, o paradigma tradicional pode apreender e incorporar novos conceitos, especialmente os elementos de exponencialidade: agilidade, flexibilidade e adaptabilidade.

            No entanto, é importante deixar claro que a dosagem dessa absorção dependerá do contexto da organização, da maturidade da sua gestão, da capacidade de se libertar de conceitos tradicionais do passado e da capacidade e entendimento de modelos de gestão da inovação. Logo, embora todos possam se beneficiar da cultura das startups, a medida exata dependerá das condições específicas de cada um.

 
Referência e fonte de informações e pesquisa: BLOG FNQ – https://blog.fnq.org.br/

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